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Cid Cury – A Guerra da Água

A geopolítica vem mostrando que a água é um dos recursos mais suscetível de desencadear conflitos.

A guerra da água da Bolívia designa uma revolta popular que ocorreu em Cochabamba, a terceira maior cidade do país, em 2000, contra a privatização da água, depois que as tarifas cobradas pela empresa Aguas del Tunari (filial do grupo norte- americano Bechtel) dobraram.

Foram quase seis meses de mobilizações massivas que ocuparam todas as ruas da cidade, e até mesmo de outros departamentos bolivianos permanentemente. O presidente Hugo Banzer declarou estado de sítio, os líderes do movimento foram presos e várias estações de rádio foram fechadas.

Cedendo à pressão popular, o governo acabou por desistir da privatização, anulando o contrato de concessão de serviço público, firmado com a Bechtel, que deveria viger por quarenta anos, e expulsou a transnacional que geria o sistema de água e esgoto Em consequência, a lei 2029, que previa a privatização das águas do país, foi revogada.

Segundo a revista The Ecologist, em 2000, o Banco Mundial havia declarado que não renovaria um empréstimo de 25 milhões de dólares à Bolívia se o país não privatizasse seu serviço de abastecimento de água.