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Pesquisa sobre mortes e internações de vacinados reforça importância da imunização

Estudo sobre percentual de mortes e casos entre vacinados reforça que é preciso continuar se cuidando, usando máscaras e evitando aglomerações

De 28 de fevereiro, quando começou a campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, a 27 de julho, 28.660 pessoas vacinadas foram internadas, o número representa cerca de 3% do mais de um milhão de casos registrados. Desse total, cerca de 9.878, que morreram em decorrência de complicações provocadas pela doença, já tinham sido completamente imunizados com as suas doses da vacina ou com dose única. O número representa 3,68% do total de óbitos neste período.

A maioria dos mortos (8.734) e dos internados (23 mil) eram idosos com mais de 70 anos, ou sejam, pessoas que haviam tomado as duas doses.

O levantamento da Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia de duas universidades estaduais – Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), que usou dados no Ministério da Saúde, reforça as orientações dos especialistas de que a vacina não é o passaporte para a vida normal, com aglomerações, não uso de máscaras e fim dos cuidados contra a Covid-19. Mesmo quem tomou as duas doses da CoronaVac, Pfizer, AstraZeneca ou a dose única da Jansen tem de manter os cuidados e, se puder, o isolamento social porque a pandemia não acabou e a nova cepa indiana, a Deltan, está se espalhando em todo o mundo.

A vacinação ainda é a melhor forma de controlar a doença, mas nenhuma vacina garante 100% de proteção, especialmente quando o percentual de imunizados é pequeno como é o caso do Brasil.

As vacinas evitam mortes e os casos graves de Covid-19. Por isso, mesmo depois de imunizada, a população deve seguir os protocolos de segurança até que mais 70% dos brasileiros e brasileiras estejam completamente imunizada.

A vacinação no Brasil alcançou até agora a marca de metade da população vacinada com a primeira dose e 21% totalmente imunizados com duas doses ou dose única. No entanto, cerca de 5,5 milhões de pessoas não foram tomar a segunda, conforme dados mais atuais do Ministério da Saúde. Segundo a pasta, até 23 de julho, 5.481.373 pessoas que haviam tomado a primeira dose não procuraram o serviço de saúde para receberem a segunda.

Para se ter ideia de como a vacinação funciona, a cidade de Serrana (SP), que imunizou toda a população adulta com a CoronaVac, derrubou as internações em 86% e as mortes em 95% após a segunda dose.

O mesmo ocorreu em Botucatu (SP) com a vacina AstraZeneca que reduziu as internações em 75% e as mortes em 39% após a primeira dose. A segunda começou a ser aplicada no último domingo (8).

O ex-ministro da Saúde na gestão da presidenta Dilma Rousseff (PT), infectologista e deputado federal (PT), Alexandre Padilha, afirma que todas as vacinas contra a Covid-19 garantem uma proteção importante para que a pessoa não tenha nenhum caso grave ou morte, mas elas não garantem 100% que a pessoa não venha a se infectar e até morrer.

“A vacina salva na maior parte das vezes, mas não significa que não possa ter uma falha. Como o programa de vacinação no Brasil está muito lento, muito devagar, mesmo se você estiver vacinado com duas doses a chance de você se encontrar com alguém que não está vacinado ou que tomou apenas uma dose é muito alto. Por isso, mesmo vacinado é importante você se manter com a preocupação do distanciamento físico e uso da máscara”.

Cientistas testam necessidade de terceira dose


No mundo, cientistas torcem para que a vacinação ganhe a corrida contra a variante Delta que se espalha por mais de 130 países. No Brasil, já estão sendo realizados testes com doses de reforço. A Organização Mundial de Saúde (OMS) é contrária à indicação.

O que a ciência sabe até agora é que alguns meses depois da segunda dose de qualquer vacina a quantidade de anticorpos cai. Mas isso não significa que as pessoas ficarão vulneráveis.

Israel, Alemanha, França, Chile e Uruguai, países que estão usando diferentes imunizantes, já revelaram planos para oferecer uma dose extra para grupos de risco.

A pesquisa sobre o tema também chegou ao Brasil. Uma terceira dose da Pfizer está sendo testada com 1.160 voluntários. Metade tomou a vacina, metade tomou placebo. Na sexta-feira (6), houve a última aplicação em um centro de São Paulo.

Números da pandemia no Brasil


O Brasil registrou 388 novas mortes em 24 horas, segundo dados divulgados pelo consórcio de imprensa. Com isso, o total de vítimas da pandemia no País chegou a 563.470. O país registrou neste domingo (8) 13.691 novos casos confirmados da doença, o que fez o total alcançar a marca de 20.162.837.

FONTE: CUT BRASIL